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terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Camellia sinensis - Chá verde.
O chá é proveniente das folhas da Camellia sinensis. Atualmente, cerca de 3 mil produtos levam o nome de chá mas, na verdade, podem ser considerados chás mesmo, somente aqueles que tenham em sua composição a planta Camellia sinensis. Ou seja, aqueles que nós chamamos de chá de hortelã, erva-cidreira e outros são, para sermos mais corretos, tisanas ou infusões.
A partir das folhas da Camellia sinensis é possível obter diferentes tipos de chá e, dependendo do tipo de tratamento a que são sujeitas, dividi-los nas seguintes categorias:
Verde - As folhas vão para a secagem após a colheita. Seu sabor é um tanto amargo. As folhas são apenas passadas pelo calor, imediatamente após colheita, evitando, assim, a fermentação. O chá Gyokuro (gotas de orvalho), do Japão, é considerado um dos melhores - suas folhas são cobertas com tela antes da colheita e, assim, preservam a clorofila e perdem tanino, ficando adocicadas.
Preto - As folhas sofrem um processo de fermentação que confere ao líquido um tom avermelhado escuro e um sabor intenso. As folhas são colocadas em tanques fechados até fermentarem. Depois elas são aquecidas e desidratadas.
Oolong - Sofre um processo de fermentação muito curto. Uma secagem rápida é feita logo após a colheita. Depois as folhas vão para um tanque, para fermentar, mas o processo é interrompido no início. O sabor é suave. Este chá é o menos comum no mundo ocidental.
Aromatizados - Qualquer chá, independentemente do tratamento pelo qual tenha passado, pode receber a adição de outras folhas, frutas secas ou flores, cujo sabor se mistura com o seu.
As mil e uma virtudes do chá verde
As virtudes medicinais do chá são de conhecimento milenar, especialmente seu efeito estimulante. Mas hoje, a ciência está comprovando suas propriedades terapêuticas e cosméticas. E isso está acontecendo com o chá verde (também conhecido como banchá), considerado atualmente um aliado da saúde por ser rico em flavonóides - substâncias antioxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento celular precoce. Também está comprovado que o chá verde ajuda a diminuir as taxas de colesterol e ativa o sistema imunológico. A Sociedade Brasileira de Médicos Antroposóficos vai mais além e defende que consumir chá verde regularmente ajuda a prevenir alguns tipos de câncer, artrose, aterosclerose e outras doenças degenerativas. As virtudes do chá verde na prevenção do câncer vêm do fato de que ele é rico em bioflavonóides e catequinas, substâncias que bloqueiam as alterações celulares que dão origem aos tumores.
Além de conter manganês, potássio, ácido fólico e as vitaminas C, K, B1 e B2, ajuda a prevenir doenças cardíacas e circulatórias por conter boa dose de tanino: o consumo diário desse chá diminui as taxas do LDL (colesterol que faz mal à saúde) e fortalece as artérias e veias.
Mas as boas notícias não acabam aí: está comprovado que o chá verde acelera o metabolismo e ajuda a queimar gordura corporal. Um dos estudos foi realizado na Suíça com três grupos de pessoas que seguiram a mesma dieta. O resultado: o grupo que recebeu chá verde teve aumento de 4% na velocidade de combustão das calorias no organismo e de 5% na queima de calorias em relação aos outros dois grupos pesquisados. Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, demonstrou que extrato de chá verde - que possui altas concentrações de antioxidantes como catequina, polifenóis e muitos outros compostos incluindo cafeína - pode aumentar a utilização de energia muito acima dos efeitos da cafeína pura.
Pesquisadores acreditam, ainda,que o hábito de beber chá em vez de café é um dos fatores responsáveis pelo menor índice de infarto em países do Oriente. E como se não bastasse, comprovou-se também que as substâncias presentes no chá verde ajudam a prevenir cáries, têm ação antiinflamatória e antigripal, ativam o sistema imunológico e regeneram a pele. Os princípios curativos e regeneradores da Camellia sinensis enriquecem os cosméticos que prometem recuperar o viço da pele e dos cabelos. Tanto que as indústrias de cosméticos incluem os extratos das folhas em fórmulas de produtos como cremes e loções. Substâncias presentes na Camellia sinensis também dissolvem gorduras e são eficazes no tratamento de celulite e gordura localizada.
E para e pele mais um benefício: por ser rica em tanino, substância com propriedades anti-séptica e adstringente, a planta é indicada também para limpar e equilibrar peles oleosas. Na edição de 3 de março de 2004 de uma determinada revista, publicou uma matéria anunciando a mais recente novidade que aumenta a lista de benefícios do chá verde. Ainda na área da dermatologia, a novidade é que o chá verde pode proteger contra os efeitos nocivos do sol. Segundo a revista, "o assunto foi um dos mais comentados do último congresso da Academia Americana de Dermatologia, por causa de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Nova Jersey". Eles descobriram que o chá, transformado em creme, melhora o sistema de defesa das células da pele contra os raios ultravioleta do tipo B, aqueles responsáveis pelo vermelho-pimentão. Ao reduzir a inflamação causada por essa radiação, o chá verde aumentaria a proteção contra o câncer de pele. A descoberta pode ser o ponto de partida para a produção de uma nova família de loções.
A planta, como ela é...
Planta perene, do tipo arbustiva, a Camellia sinensis pertecente a família das Teáceas (Theacea). Originária do sudeste asiático, a planta produz economicamente por mais de 50 anos. No Brasil o arbusto é cultivado principalmente na região do Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo, onde é utilizado para fazer chá preto.
A propagação da planta se dá preferencialmente pela via vegetativa, ou seja, por meio de estacas. A estaca para reprodução deve possuir uma folha desenvolvida e sua respectiva gema auxiliar com 3 a 4 cm. A extremidade do ramo deve ser cortada em bisel, isto é, na diagonal.
As folhas mais jovens e os gomos da Camellia sinensis - parte da planta utilizada na produção do chá comercial - são cobertos por uma fina cobertura branca e sedosa, semelhante a uma penugem que, mais tarde, desaparece. Ao que se sabe, é esta cobertura que dá origem ao nome pelo qual é conhecido o gomo terminal: "pekoe", da palavra chinesa pak-ho, que significa cabelo ou penugem.
As flores da planta são pequenas, brancas, geralmente com 4 ou 5 pétalas, aromáticas e aparecem nas axilas das folhas em grupos de 2, 3 ou 4. O fruto é uma cápsula com 2 ou 3 cm de diâmetro. Dada a grande dispersão que a planta sofreu desde o início do seu cultivo até aos nossos dias e a livre hibridação entre os vários tipos geográficos, não tem sido fácil para os botânicos a descrição das variedades existentes.
E para quem pretende saborear esta bebida que já esta sendo considerada medicinal, vale lembrar: até a simplicidade do chá não dispensa alguns pequenos cuidados especiais. Recomenda-se guardá-lo bem acondicionado em local fresco e seco e, na hora do preparo, passar água fervente no bule e nas xícaras Para o chá verde, especialistas aconselham que a água esteja um pouco abaixo da fervura e, de preferência, nada de acrescentar açúcar. Preparar a bebida é simples: faça uma infusão com uma colher de sopa rasa da erva para cada xícara de água "quase" fervente.
Recentemente, foi lançado no mercado o chá branco, mais um derivado das folhas Camellia sinesis. Nesta versão, suas folhas ainda estão tenras e com uma plumagem branca, dando origem ao nome da bebida. No mercado também é possível encontrar o Ban-chá, uma variedade de chá verde produzido a partir de folhas mais velhas e rasteiras da Camellia sinensis.
Quando analisados quanto ao conteúdo de catequinas, unidades formadoras de polifenóis, podemos observar que os diversos tipos de chás têm quantidades muito diferentes dessas substâncias. Inclusive são variáveis essas concentrações em chás do mesmo tipo, produzidos por fabricantes diferentes. Assim é que o chá verde possui 40-80mg de catequinas por litro de infusão e o Ban-chá apenas 18mg/L. Quanto aos chás oxidados, o chá preto possui algo entre 20 e 60mg/L.
Por esta análise, o chá verde é muito superior ao chá preto. Caso essa superioridade se dê pela menor oxidação, então o chá branco pode mesmo ser superior, mas anda não temos estudos conclusivos quanto a isso. Os outros tipos de chá mais utilizados nos países ocidentais praticamente não contêm catequinas como os chá de ervas (erva mate, mate, erva cidreira, hortelã e boldo), de flores (camomila) e de frutos (morango e maçã).
As pesquisas realizadas em animais e em células isoladas em laboratório, os chamados estudos in vitro são unânimes em mostrar que os flavonóides dos chás têm atividade contra o câncer, impedindo o crescimento de tumores de vários órgãos e têm efeitos benéficos nos fatores de risco cardiovasculares. Também são muitos os trabalhos que mostram efeitos em animais de laboratório, com benefícios incontestáveis no que se refere à melhora do metabolismo dos carboidratos e prevenção do diabetes, aumento da queima de gorduras com redução e manutenção do peso desses animais, entre outros.
Há muita dificuldade em avaliar se esses efeitos podem ser reproduzidos em humanos. Aqui, ainda não há consenso, principalmente devido às muitas dificuldades metodológicas, pois os estudos existentes são de curta duração e se baseiam em relatos ou questionários respondidos pelos pacientes e esses procedimentos têm grande chance de gerar erros.
Além disso, os chás apresentam concentrações diferentes de polifenóis, de acordo com o solo onde foram cultivados e com o seu processamento. Há grande dificuldade em se provar a biodisponibilidade desses agentes no organismo humano em condições de consumo normal de chás, uma vez que os melhores resultados de pesquisas científicas foram alcançados com suplementos em cápsulas de polifenóis, em doses impossíveis de serem alcançadas com o consumo diário de chá.
Principais estudos em humanos
(1) Há fortes evidências de que os polifenóis do chá verde causem aumento do gasto energético e da queima de gorduras durante a atividade física. A intensidade desse efeito parece ser dose dependente, sendo maior em suplementações com altas doses de extrato de chá verde;
(2) Parece que os polifenóis do chá melhoram a sensibilidade à insulina e o metabolismo dos carboidratos, com efeito potencial na prevenção do diabetes;
(3) Quando avaliada a relação entre o consumo de chá verde em idosos japoneses e sua função cognitiva (memória, orientação no tempo e organização de tarefas simples) foi observado que os indivíduos que consumiam mais chás apresentavam menor tendência a desenvolverem alterações demenciais como o Mal de Alzheimer;
(4) A ingestão de 5 ou mais xícaras de chá verde foi relacionada à menor taxa de mortalidade, quando comparada à ingestão de menos de uma xícara em um grande estudo japonês. A redução foi de 16% e englobou todas as causas de mortalidade, menos aquelas causadas por câncer;
(5) Não existem estudos conclusivos em humanos em relação aos benefícios do chá verde na prevenção ou no tratamento do câncer;
(6) Os estudos clínicos em humanos sobre a influência do chá verde na prevenção de doenças cardiovasculares também são inconclusivos, com exceção de estudos epidemiológicos que revelaram menor mortalidade por todas as doenças, inclusive as cardiovasculares relatado no item (4). As maiores evidência de proteção nesse campo são os estudos em animais de laboratório e em células isoladas com relação à melhora de alguns fatores de risco cardiovasculares, diminuindo os fatores relacionados à formação da placa de gordura responsável pelas lesões vasculares que levam ao infarto;
(7) Suplementos de extratos de chá verde parecem exercer melhor os efeitos antioxidantes desses chás, uma vez que podem conter doses muito maiores de flavonóides, podendo ser úteis futuramente. Recentemente, as agências regulatórias da França e da Espanha suspenderam a comercialização de um produto para perder peso contendo extratos de chá verde devido à toxicidade da substância para o fígado.
Os chás da Camellia sinensis não são as únicas fontes de flavonóides, esses compostos estão presentes em igual ou até maiores concentrações em alguns chocolates, no vinho tinto e nas frutas vermelhas. A vantagem dos chás sobre os demais alimentos é sua baixa densidade calórica.
Ainda há muita desinformação e dúvidas a cerca da quantidade de flavonóides necessária para causar efeitos antioxidantes benéficos à nossa saúde. A melhor estimativa baseada em estudos realizados até hoje é que 150mg de flavonóides são necessários para se obter um efeito agudo e 500mg, nos casos de efeitos crônicos. Em média, após a infusão por 2 minutos, os chás apresentam 172mg de flavonóides em 235ml. Assim, o consumo de uma xícara poderá desencadear efeitos antioxidantes agudos e 3,5 xícaras seriam a medida para obtermos efeitos crônicos. Apesar disso, a melhor conduta, em termos de prevenção de doenças crônicas, é o consumo de uma grande variedade de alimentos fonte de flavonóides, sempre no contexto de uma dieta balanceada.
Prefira sempre o chá feito da própria folha e não chás em pó, garrafinhas ou caixinhas. Compre a folha e faça você mesmo.
Informações para fins de curiosidade, para melhor atende-lo procure um nutricionista (fisionutpaula@bol.com.br)
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